Em diálogo com a leitura de John W. O’Malley sobre o ConcÃlio Vaticano II, o presente artigo analisa seu corpus textual e se pergunta sobre seu “estilo pastoralâ€. Desde sua preparação, o ConcÃlio se caracterizou por um processo de intercompreensão conciliar e ecumênica. Seu estilo afastou-se das fórmulas canônicas, eliminando os anátemas e aproximando-se do estilo evocativo, bÃblico (narrativo, parenético, deliberativo, doxológico). Os preâmbulos das Constituições Dei Verbum, Sacrosanctum Concilium, Lumen Gentium e Gaudium et Spes permitem avaliar esse “estilo pastoral†e as consequências para a recepção visÃvel na exortação Evangelii nuntiandi, na encÃclica Ut unum sint e no encontro inter-religioso de Assis em 1986. À guisa de conclusão, recorda que o estilo cria o mundo que o texto habita. Daà o valor heurÃstico desta abordagem na análise da recepção do Vaticano II e a determinação de uma autêntica fidelidade ao espÃrito e à letra do ConcÃlio, em contraste com outros textos que revelam o conflito entre esse “estilo pastoral†e a tradição dogmática.