Este artigo é uma decorrência da pesquisa que estamos desenvolvendo no Doutorado do Programa de Pós-Graduação em Psicanálise, na Universidade do Estado do Rio de Janeiro/UERJ, sobre o estranho e o duplo na literatura e no cinema. Para articular a psicanálise, a literatura e o cinema, escolhemos as reflexões de Freud e de Lacan sobre o estranho e o duplo. Esse tema tem se manifestado de várias formas nos textos literários: sósia, a sombra, o eco, gêmeos, a imagem obtida no retrato e o reflexo no espelho. Nosso objetivo é analisar o filme O Passageiro - Profissão: Repórter (1975), de Michelangelo Antonioni, a partir da seguinte representação do duplo: o outro como sósia. O eu como duplo sob a forma de sósia é inaugurado pelo Anfitrião de Plauto. Lacan, inclusive, diz no Seminário, livro 2: o eu na teoria de Freud e na técnica da psicanálise, que foi Plauto quem introduziu sósia.
This article is a result of the research that is being developed in the Doctorate of the Postgraduation Program in Psychoanalysis, at the State University of Rio de Janeiro / UERJ, about the uncanny and the doppelganger in literature and cinema. To articulate psychoanalysis, literature, and cinema, we choose Freud and Lacan's reflections on the uncanny and the doppelganger. This theme has been articulated in literary texts with different names, such as: doppelganger, the shadow, the echo, twins, the image obtained in the picture and the reflection in the mirror. Our purpose is to analyze Michelangelo Antonioni's The Passenger - Profession: Reporter (1975), from the representation of the doppelganger as someone who looks alike. The doppelganger was inaugurated by Plautus’ Amphitryon. Even Lacan said in The Seminar, book 2: the Ego in Freud's Theory and in the Technique of Psychoanalysis, that was Plautus who introduced the concept of doppelganger.