A discriminação racial na educação superior ainda é um obstáculo relevante no Brasil, afetando diretamente a continuidade escolar e a saúde mental de alunos negros. O objetivo deste estudo foi analisar as situações de racismo vivenciadas por estudantes universitários, tendo como foco os quesitos discriminação e preocupação da escala de experiências de discriminação racial. Este é um estudo descritivo, exploratório e transversal, com uma abordagem quantitativa, limitada com 829 alunos de cinco Instituições de Ensino Superior do Ceará. Entre setembro e dezembro de 2023, coletamos dados por meio de um formulário eletrônico que incluía questões sociodemográficas e a Escala de Experiências de Discriminação Racial. A análise dos dados foi realizada por meio dos testes ANOVA e post hoc, a fim de identificar diferenças significativas entre os grupos. Os resultados indicaram que alunos negros e pardos apresentavam níveis de discriminação significativamente superior em relação aos brancos. Além disso, indivíduos que não se identificam como binários e aqueles que optam por não se identificar também apresentam altos índices de discriminação. Alunos com mais de 30 anos relatam mais experiências de discriminação em comparação com os mais novos, provavelmente por causa da exposição prolongada ao ambiente acadêmico. Os resultados apontam que a discriminação racial constitui um obstáculo estrutural na educação superior, impactando o rendimento acadêmico, a saúde mental e a sensação de pertença dos alunos negros. Portanto, é crucial a execução de políticas institucionais antirracistas, que englobam ações afirmativas, apoio psicológico e estímulo ao letramento racial, com o objetivo de garantir um ambiente acadêmico mais inclusivo e justo. A persistência dos estudos sobre o assunto é crucial para avaliar a efetividade dessas ações e o progresso na promoção da igualdade racial nas instituições de ensino superior.
Racial discrimination in higher education remains a significant barrier in Brazil, directly affecting the educational continuity and mental health of black students. This study aimed to analyze the experiences of racism faced by university students, focusing on the “discrimination” and “concern” domains of the Racial Discrimination Experience Scale. This is a descriptive, exploratory, and cross-sectional study with a quantitative approach, involving 829 students from five higher education institutions in Ceará. Between September and December 2023, data were collected through an electronic form that included sociodemographic questions and the Racial Discrimination Experience Scale. Data analysis was conducted using ANOVA and post hoc tests to identify significant differences between groups. The results showed that black and brown students reported significantly higher levels of discrimination compared to white students. In addition, individuals who do not identify with the binary gender system or choose not to disclose their gender identity also reported high levels of discrimination. Students over the age of 30 reported more experiences of discrimination compared to younger students, likely due to prolonged exposure to the academic environment. The findings indicate that racial discrimination is a structural barrier in higher education, impacting academic performance, mental health, and the sense of belonging of black students. Therefore, the implementation of anti-racist institutional policies is crucial, including affirmative action, psychological support, and the promotion of racial literacy, in order to ensure a more inclusive and equitable academic environment. Continued research on this topic is essential to assess the effectiveness of these actions and the progress toward racial equality in higher education institutions.
La discriminación racial en la educación superior sigue siendo un obstáculo relevante en Brasil, afectando directamente la continuidad educativa y la salud mental de los estudiantes negros. El objetivo de este estudio fue analizar las situaciones de racismo vividas por estudiantes universitarios, con énfasis en los dominios “discriminación” y “preocupación” de la Escala de Experiencias de Discriminación Racial. Se trata de un estudio descriptivo, exploratorio y transversal, con un enfoque cuantitativo, que incluyó a 829 estudiantes de cinco Instituciones de Educación Superior del estado de Ceará. Entre septiembre y diciembre de 2023, los datos fueron recolectados mediante un formulario electrónico que contenía preguntas sociodemográficas y la Escala de Experiencias de Discriminación Racial. El análisis de los datos se realizó mediante pruebas ANOVA y post hoc, con el fin de identificar diferencias significativas entre los grupos. Los resultados indicaron que los estudiantes negros y pardos presentaron niveles de discriminación significativamente más altos en comparación con los estudiantes blancos. Además, las personas que no se identifican con el sistema binario de género o que prefieren no identificarse también mostraron altos índices de discriminación. Los estudiantes mayores de 30 años relataron más experiencias de discriminación que los más jóvenes, probablemente debido a una exposición prolongada al entorno académico. Los resultados señalan que la discriminación racial constituye una barrera estructural en la educación superior, impactando el desempeño académico, la salud mental y el sentido de pertenencia de los estudiantes negros. Por lo tanto, es fundamental implementar políticas institucionales antirracistas que incluyan acciones afirmativas, apoyo psicológico y fomento del alfabetismo racial, con el objetivo de garantizar un entorno académico más inclusivo y justo. La continuidad de los estudios sobre este tema es esencial para evaluar la efectividad de estas acciones y el avance hacia la igualdad racial en las instituciones de educación superior.
