O fenômeno de nasalização em línguas Tupí-Guaraní

LIAMES

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ISSN: 2177-7160
Editor Chefe: Angel Corbera Mori
Início Publicação: 01/01/2001
Periodicidade: Anual
Área de Estudo: Linguística, Letras e Artes, Área de Estudo: Linguística

O fenômeno de nasalização em línguas Tupí-Guaraní

Ano: 2020 | Volume: 20 | Número: Não se aplica
Autores: Miranda, Camille Cardoso, Picanço, Gessiane Lobato
Autor Correspondente: Camille Cardoso Miranda | angel@unicamp.br

Palavras-chave: Fonologia, Fenômeno de nasalidade, Línguas Tupí-Guarani, Tipologia fonológica

Resumos Cadastrados

Resumo Português:

Tupí-Guaraní, tronco Tupí. Para averiguação do processo de nasalidade em línguas Tupí-Guaraní utiliza-se como pressuposto teórico principal a abordagem tipológica de Walker (1998), para verificar e compreender, a partir de uma hierarquia tipológica de harmonia nasal, segmentos que podem ser gatilhos ou alvos do espalhamento nasal. O estudo também utiliza as considerações de Ohala (1993)  e Cohn (1990, 1993) para examinar o processo de nasalização como efeito fonético ou fonológico. A abordagem tipológica permitiu observar o comportamento de consoantes e vogais em relação à nasalidade, possibilitando sua classificação em termos de papéis que desempenham, sejam como gatilhos, alvos, bloqueadores ou transparentes. Além disso, verifica-se também a direcionalidade da nasalização que é predominantemente à esquerda (regressiva). Os resultados mostram que, na família Tupí-Guaraní, há o predomínio de vogais nasais como engatilhadoras, seguidas de consoantes nasais, ou ambas. Os alvos são predominantemente vogais, glides e líquidas; já as obstruintes surdas, em geral, comportam-se como bloqueadoras, mas há línguas em que elas são transparentes ao processo. O domínio da nasalidade nessas línguas é preeminentemente de dois tipos: Local, quando é consoante nasal (N) e a longa distância quando é vogal nasal (Ṽ).



Resumo Inglês:

This paper examines the patterns of nasalization in 15 languages of the Tupí-Guaraní family, Tupi stock. Following Walker’s typological hierarchy of nasal harmony (1998, 2011), we compare the different behaviors of triggers and targets in nasal spread. The study also uses Ohala’s (1993) and Cohn’s (1990, 1993) proposals to determine nasalization as a phonetic or a phonological process. Through a typological approach, we explore the behavior of consonants and vowels in relation to nasality, making it possible to classify them in terms of the roles they play, whether as triggers, targets, blockers or transparent segments. In addition, other aspects are also discussed, such as directionality of nasal spreading, which is predominantly left (regressive), and its domain. The results show that, in the Tupi-Guarani family, there is a predominance of nasal vowels as triggers, whereas targets are predominantly vowels, glides, glottals and liquids; voiceless obstruents generally behave as blockers, but there are languages in which they are transparent to the process. The domain of nasality is mainly local, when nasalization is triggered by a nasal consonant (N), and at a long distance when triggered by a nasal vowel (Ṽ).