Este artigo resulta do trabalho doutoral (Werner, 2022). Fiz um recorte buscando dedicar-me ao estudo do funcionamento enunciativo da metonímia, no interior da teoria da Semântica do Acontecimento (Guimarães, 2002, 2018), como mais uma forma de reescrituração dos sentidos, constituídos no momento do dizer. Para fazer esse estudo, considero um dos funcionamentos básicos da enunciação, propostos nesse marco teórico, a reescrituração. Servem de material de análise fragmentos do discurso da Gramática de la lengua castellana, destinada al uso de los americanos (1847), do venezuelano Andrés Bello. Os resultados mostram que a metonímia se apresenta como mais um modo de reescrituração enunciativa por substituição entre os já apresentados na teoria, operando no discurso metalinguístico e instaurando possibilidades de sentidos que se constituem a partir de seu funcionamento. Além disso, a língua designada metonimicamente nesse instrumento linguístico revela sua heterogeneidade constitutiva.
This article is derived from my doctoral research (Werner, 2022). I have focused on the enunciative functioning of metonymy within the framework of Event Semantics (Guimarães, 2002, 2018), as another form of re-scripting meanings created at the moment of utterance. In conducting this study, I consider one of the fundamental functions of enunciation proposed within this theoretical framework: re-scripting. The analysis is based on excerpts from Gramática de la lengua castellana, destinada al uso de los americanos (1847), by the Venezuelan Andrés Bello. The findings indicate that metonymy operates as an additional mode of enunciative re-scripting by substitution, among those previously identified in the theory. It functions within metalinguistic discourse, establishing new meaning possibilities arising from its operation. Furthermore, the language designated metonymically in this linguistic tool reveals its constitutive heterogeneity.