Aproximando Walter Benjamin ao movimento expressionista em sua forma fÃlmica e em sua postura subversiva, o presente artigo se propõe a pensar na figura do autômato enquanto alegoria na era da reprodutibilidade técnica. Destarte, partindo do ideal expressionista enquanto técnica e enredo cinematográficos e atravessando as Teses benjaminianas “Sobre o Conceito de Históriaâ€, bem como as diversas ideias contidas na obra do filósofo alemão acerca da obra de arte no século XX, veremos o Golem, personagem mÃstico da tradição judaica representado pela figura de um ser gigante feito a partir de matéria inanimada, adquirir vida neste texto-tela. Vida esta que vem interromper o curso de uma História que se quis contÃnua ao relatar apenas a história dos vencedores, isto é, dos detentores de um poder polÃtico e/ou social, e ao ignorar a história dos vencidos, isto é, dos subjugados, dos até então obedientes. E tal irrupção não deverá ser somente obra de um ser mÃtico, mas também obra do homem enquanto proletário no sistema capitalista e da cinematografia enquanto aparato e representação.