O inferencialismo proposto por Robert Brandom constitui uma audaciosa tentativa de
superar os impasses trazidos pela análise da significação em termos de referência. O
presente artigo apresenta em linhas gerais a proposta inferencialista de Brandom, analisa
as crÃticas dirigidas ao chamado modelo designacional e avalia como o inferencialismo
aborda a representação e a referência. Pretendemos mostrar como a relação
linguagem/mundo permanece problemática no inferencialismo, que prioriza a anáfora
no lugar da dêixis, de modo que a filosofia da linguagem carece de uma terceira noção
ainda mais fundamental, que permita dissolver esse grande e intrincado problema.