Sob uma perspectiva de gênero, enquanto categoria de análise histórica, e através de um diálogo interdisciplinar com a Sociologia, a Antropologia e a História, este artigo dedica-se a uma breve análise do cotidiano do ‘Centro Comunitário Nova MarÃlia’ e das mulheres que foram suas membro-fundadoras. Aprofundando-se no estudo dos discursos e das práticas, observados e registrados através de trabalho etnográfico apresentado em dissertação de mestrado, o texto procura entender como tais mulheres consentiam e/ ou reagiam frente à s representações dominantes da diferença entre os sexos. Particularmente, aqui trabalhamos com a incorporação de normas sociais consideradas ‘naturais’ e com o conceito de ‘violência simbólica’ estabelecido por Pierre Bourdieu. Nesse sentido, procuramos compreender também a emergência de um movimento feminista/ feminino, no qual as mulheres se mostraram capazes de articular responsabilidades e privilégios não apenas para si mesmas, mas também para o bem da coletividade.