O PARADOXO DA ENCARNAÇÃO: CRÍTICA DE KIERKEGAARD À TEOLOGIA ESPECULATIVA DO SEU TEMPO

Perspectiva Teológica

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ISSN: 2176-8757
Editor Chefe: Francisco das Chagas de Albuquerque
Início Publicação: 31/12/1968
Periodicidade: Quadrimestral
Área de Estudo: Teologia

O PARADOXO DA ENCARNAÇÃO: CRÍTICA DE KIERKEGAARD À TEOLOGIA ESPECULATIVA DO SEU TEMPO

Ano: 2016 | Volume: 48 | Número: 3
Autores: Domingos Salgado de Sousa
Autor Correspondente: suporte.periodicos@faculdadejesuita.edu.br | suporte.periodicos@faculdadejesuita.edu.br

Resumos Cadastrados

Resumo Português:

Kierkegaard é frequentemente apresentado como o solitário opositor das correntes dominantes do pensamento filosófico e teológico do século XIX. É, porém, no âmbito da cristologia, onde se torna mais evidente tal oposição. Kierkegaard elaborou a sua doutrina do paradoxo em resposta ao uso do princípio hegeliano da mediação na teologia especulativa do seu tempo. Contrariamente à teologia especulativa, Kierkegaard defende que a realidade divina e humana não estão subjacentemente unidas, mas formam polos completamente opostos, separados por uma diferença qualitativa infinita. Ao conciliar realidades opostas em si, o paradoxo da manifestação de Deus no tempo opõe-se a qualquer forma de mediação. O conceito de paradoxo é interpretado por alguns críticos como uma contradição lógica. É assinalado que Kierkegaard ao apresentar a fé como única forma de acesso ao paradoxo está a exigir do crente que coloque de parte a lógica e aceite o que é ininteligível à razão humana. A encarnação como objeto de fé, porém, não é paradoxal no sentido de violar os princípios lógicos, mas no sentido de que transcende absolutamente a compreensão humana.