Os altos Ãndices de criminalidade e a ineficiência na promoção de soluções mais adequadas mostram que a segurança pública
tem se tornado um grave problema social urbano do Estado. O fato de a responsabilidade da gestão da segurança pública
estar preponderantemente sob a égide das instâncias federal e estadual passou a ser questionado e a importância do papel
dos municÃpios passou a ser ressaltada no que se refere ao combate à criminalidade e à violência. Nesse sentido, novos
formatos organizacionais e institucionais surgem imbuÃdos de uma nova concepção de segurança pública. Este artigo objetiva
problematizar como no Brasil a segurança pública deixou de ser um problema de polÃcia para se tornar uma questão de polÃticas
sociais, explorando o papel, os limites e as possibilidades de atuação do Estado. Para dar conta desse objetivo, o trabalho
fundamentou-se em ideias e conceitos gerais de três grandes autores clássicos: Hobbes, Rousseau e Locke. Ao explorar esse
cenário, percebeu-se a necessidade de profundas transformações. Foram sugeridas algumas possibilidades de organização que
priorizam a participação popular no planejamento e acompanhamento da segurança pública. O debate sobre as formas democráticas
de instituições que viabilizem a participação social contra a criminalidade nos municÃpios, promovendo o reencontro do
Estado com o cidadão, deve ser ainda fomentado. Consideramos que é nesse âmbito que poderão ser encontradas soluções
adequadas e consistentes para os problemas de (in)segurança pública no Brasil.