Partindo de uma reflexão fenomenológica em chave personalÃstica, o autor propõe a leitura do pudor em duas direções fundamentais. Por um lado, o pudor intervém em situações de “criseâ€, revelando um lado obscuro do eros. Por outro lado, ele não se limita a ser um “freio†ou um “sinal de perigoâ€, antes revela o outro e o si mesmo como não redutÃveis a puro-objeto-de prazer. Assim, retira do ser-outro o véu da objetivação à qual é reduzido quem é objeto de um olhar despudorado. Nesse sentido, o autor propõe, contra a concepção banal e redutiva da sexualidade, uma resgate do pudor próprio como guardião e pastor do núcleo irredutÃvel da pessoa e de sua dignidade.