Trata-se de uma pesquisa qualitativa, apoiada na teoria hermenêutico-crÃtica para identificar o sofrimento dos profissionais de saúde inseridos nos Centros de Atenção Psicossocial (CAPS) do municÃpio de Campinas-SP. Realizaram-se doze grupos focais, considerando diferentes grupos de interesse. Os grupos foram gravados, transcritos e narrativas foram construÃdas recorrendo ao referencial teórico de Ricoeur. Os trabalhadores afirmam que o trabalho na Saúde Mental é tenso, pois lidam o tempo todo com a loucura e não há espaços nos serviços voltados para o cuidado deles. O preparo teórico dos trabalhadores de nÃvel médio é insuficiente. Referem que não lidam somente com a doença mental, mas com muitas ações de promoção social. A grande demanda de casos novos e a precariedade da rede básica atrapalham o acompanhamento dos casos. É possÃvel perceber que o sofrimento se estabelece no campo somático por meio de várias doenças. Os trabalhadores convivem diariamente com situações geradoras de sofrimento. Contudo, apesar das dificuldades, estão cientes de suas escolhas profissionais e dizem que são implicados, acreditam na proposta dos CAPS e na reabilitação psicossocial, sendo motivados também pelo prazer de trabalhar nesses equipamentos, o que os mantém ligados à s tarefas e responsabilidades que assumem.