Os vampiros têm sido personagens recorrentes nas histórias fantásticas de horror. Nesse percurso as criaturas sugadoras de sangue do sexo masculino passaram a apresentar não somente compleição física estereotipada, mas, principalmente, performances que delimitam o protagonismo e determinam a função dessas personagens. O objetivo deste estudo é propor uma classificação dos vampiros literários, buscando compreender como a permutabilidade da temática vampiresca conformou as performances através da literatura de horror, culminando no romance Drácula de Bram Stoker de 1897, principal responsável pela transmutação da personagem da literatura para o cinema e referência para o que se entende por vampiro atualmente. A classificação é feita a partir de oito textos que possibilitam o destaque de três fases do vampiro literário: o folclórico, o byroniano e o stokeriano. Cada uma dessas fases carrega aportes da fase anterior e, através de trechos dos textos, é possível destacar os pontos essenciais dos padrões do vampiro que são permutados entre as histórias, sendo que o romantismo-gótico dos séculos XVIII e XIX é a última etapa englobada neste texto. A premissa para o levantamento proposto é a teoria sobre a permutabilidade do tema, proposta por Vladimir Propp para o estudo da morfologia dos contos maravilhosos. Por mais ensaística que possa parecer esta empreitada, o estudo é um recorte de uma extensa pesquisa que utilizou dezenas de textos para estabelecer os critérios de classificação. Aqui são apresentados os mais relevantes na compreensão dessas figuras perpetuadas pelas histórias fantásticas de horror.
Vampires have been part of the horror stories. In this journey, male blood sucking creatures began to show not only stereotyped physical complexion, but mainly, performances that delimit the protagonism and determine the function of these characters. The aim of this study is to propose a classification of vampires in literature, to understand how the permutability of the vampire theme conformed the performances through horror literature, culminating in Bram Stoker’s Dracula of 1897, as a novel responsible for the transmutation of the vampire character from literature to cinema and reference to what is meant by vampire today. The classification was made from eight texts, that emphasizes three phases of the vampire in literature: the folkloric vampire, the byronian vampire and the stokerian vampire. Each of these phases carries contributions from the previous phase, being the gothic romanticism of the XVIII and XIX centuries is the last stage encompassed in this text. The premise for the proposed survey is the theory on the permutability of the essentials themes, proposed by Vladimir Propp for the study of the morphology of the folktales. This study is a shortcut from an extensive research that used lots of texts to establish the classification criteria. Here are presented the most relevant in the understanding of these vampire figures perpetuated by the fantastic horror stories