Neste trabalho, discutimos oralidade e nasalidade em algumas línguas indígenas brasileiras. Tomando por base dados principalmente do pirahã, questionamos o caráter universal da posição elevada do véu palatino, conforme proposto por Chomsky & Halle (1968), para a posição neutra de articulação. Propomos que as línguas podem ser tipologicamente diferenciadas pelo número de obstruintes que têm em seus inventários: aquelas com um número grande de obstruintes exibem processos de nasalização, enquanto outras, como o pirahã, com um grande número de sonorantes exibem processos de oralização.
In this paper we discuss orality and nasality in some Brazilian Indian languages. Basedmainly in data from Pirahã we question the universality of the raised position of the velum in the neutralposition as proposed in Chomsky & Halle (1968), and propose that languages can be typologicallydistinguished by the number of obstruents in their inventories: those that have a great number ofobstruents exhibit nasalization processes, whereas those that have a great number of sonorants, as is thecase of Pirahã, exhibit oralization processes.