O texto percorre a trajetória de Nassau como um político em cuja gestão procura administrar os conflitos de maneira a permitir a montagem de seu projeto pessoal, visando obter, após sua passagem pelo Brasil holandês, reconhecimento na Europa, em várias cortes do velho continente. As pinturas de seus artistas serviram como cartão de visita aos nobres, reis e príncipes europeus para que Nassau se projetasse além de um administrador da Companhia das Índias Ocidentes com posses na América portuguesa. A discussão sobre o período nassoviano em terras brasileiras é a de mostrar nos mecanismos cotidianos de uma administração flexível às diferenças culturais entre as populações brancas empobrecidas, os vários grupos mestiços, os senhores de engenho de cultura católica, os membros da Companhia das Índias, os grupos calvinistas, os padres católicos e os judeus. Esta flexibilidade possibilitou a Nassau a concretização de um modelo de político e administrador hábil, bem formado e personalista.
