O presente artigo visa discutir o problema da desigualdade econômica e social e a discriminação gerada por ambas, tendo como plano de fundo a história da vida de João de Santo Cristo, personagem do livro Faroeste Caboclo, escrito por Jorge Leite de Siqueira. O relato da vida de João abre espaço para a discussão central do artigo que é a coisificação do outro, em outras palavras, a teoria do Nós X Eles. O artigo trabalha com a realidade brasileira, sua desigualdade e como os excluídos, ou seja, os marginais, que vivem à margem da sociedade, são vistos e tratados. Aborda-se também a diferença de tratamento gerada pela aparência e condição financeira da pessoa, mostrando que os ditos “criminosos” nem sempre são os únicos culpados da violência ocorrida no Brasil, muito embora sejam eles os mais violentados. Esse trabalho pretende iniciar uma discussão sobre o modelo social que temos e como podemos humanizar o outro e não o coisificar como ocorre atualmente. Diferenças sociais, culturais e econômicas existem em todos os países. A proposta do presente trabalho não é indicar uma possibilidade utópica, mas sim, mostrar que toda pessoa que é julgada como má ou vândala tem uma história e essa história não pode ser deixada de lado. Há a necessidade de se enxergar o próximo como outro ser humano, detentor de direitos e de uma história. Além de que nenhum desses fatos podem ser excluídos, para que assim possa existir uma real igualdade entre os indivíduos