Objetivos:identificar a percepção de usuários com estomia sobre a qualidade do serviço especializado e fatores associados à sua adaptação. Métodos: estudo transversal, realizado por meio de inquérito telefônico com 47 questões (35 sobre avaliação da qualidade do serviço e 12 sobre o usuário). Realizadas 234 ligações para 87 usuários com estomia. Resultados: amostra de 38 usuários, dos quais 36,8% tinham estomia definitiva, 57,8% aguardavam reconstrução intestinal, 81,6% cuidavam do equipamento coletor, mas 21,1% recebiam quantidade insuficiente e 10,5% estavam insatisfeitos com a qualidade. Em relação às complicações, 78,0% as apresentaram, 82,0% tinham capacidade em reconhecê-las. As consultas foram com médico (31,6%) e enfermeiro (100%). Ambientes coletivos eram frequentados por 78,9%. Sentir-se adaptado à condição de vida (65,8%) estava associado à quantidade suficiente de equipamento (p=0,011) e a insatisfação com a atuação do médico estava associada a uma pior adaptação (p=0,039). Conclusão: o usuário tem acesso ao serviços, materiais e consultas com enfermeiro, mas a minoria passou por consulta médica, o que afeta a adaptação e há espera para reconstrução intestinal. Contribuições para a prática: os resultados permitem identificar fragilidades que impactam na qualidade da assistência permitindo intervenções assertivas no serviço.
Objective: to identify ostomates’ perception of the quality of specialized care services and the factors associated with their adaptation. Methods: a cross-sectional study conducted through a telephone survey with 47 questions (35 on service quality assessment and 12 on user characteristics). A total of 234 calls were made to 87 ostomates. Results: the sample included 38 ostomates: 36.8% had a permanent ostomy, and 57.8% were awaiting intestinal reconstruction. While 81.6% managed their own pouching system, 21.1% reported receiving an insufficient quantity, and 10.5% were dissatisfied with its quality. Regarding complications, 78.0% had experienced them, and 82.0% could recognize them. Consultations were held with nurses (100%) and physicians (31.6%). Most ostomates (78.9%) frequented public or shared environments. Feeling adapted to life with an ostomy (65.8%) was associated with receiving a sufficient quantity of supplies (p=0.011), and dissatisfaction with the physician’s care was associated with poorer adaptation (p=0.039). Conclusion: ostomates have access to specialized care services, supplies, and consultations with nurses. However, a minority had consultations with physicians — whose performance was associated with adaptation — and many were still awaiting intestinal reconstruction. Contributions to practice: the findings reveal gaps that impact care quality and highlight the need for targeted improvements in service delivery.
