O presente artigo objetiva apresentar algumas discussões referentes aos estudos sobre a inclusão escolar, advindas da pesquisa Infância, Educação e Nomadismo, onde se buscou compreender as formas através das quais se dá o processo de inclusão escolar de crianças e adolescentes provenientes de circos e parques de diversões. A pesquisa voltou-se para uma escola no municÃpio de Santa Cruz do Sul (RS), devido à maior circulação de estudantes nômades. Foram realizadas entrevistas com a equipe diretiva e professores dessa escola e com estudantes e familiares provenientes de três circos e dois parques de diversões que tiveram passagem pela cidade no perÃodo de 2010 a 2012. Também foi realizada a análise dos principais documentos voltados para a inclusão escolar. A partir dos resultados produzidos, percebemos uma baixa visibilidade dos estudantes nômades nas polÃticas públicas educacionais e nas discussões sobre a inclusão, bem como uma possÃvel resistência do ambiente escolar em se adequar a novas situações, a novos estudantes, ou melhor, ao diferente, apontando que a dificuldade no processo de aprendizagem está, principalmente, dentro da escola e não na experiência do próprio estudante, visto que este já criou estratégias para dar conta de suas necessidades.
This article presents some discussions regarding the studies on school inclusion, which comes from the research Childhood, Education and Nomadism, where we sought to understand the ways in which occurs the process of inclusion of children and adolescents from circuses and amusement parks. The research focused on a school in Santa Cruz do Sul (RS) due to greater movement of nomadic students. Interviews were carried out with the management team and teachers of this school as well as with students and families from three circuses and from two amusement parks that were passing through the city in the period from 2010 to 2012. We also carried out the analysis of the main documents geared toward school inclusion. According to the results, there is low visibility of nomad students in educational public policy and also in discussions about inclusion. There is also certain resistance from the school environment regarding the adaptation to new situations, new students, or rather to the different, which points that the difficulty in learning is mainly within the school and not in the student's own experience, since he has created strategies to realize its needs.