A palavra de impossível repouso: Pasolini e o olho-câmara de Murilo Mendes

Anuário De Literatura

Endereço:
Pós-Graduação em Literatura - Centro de Comunicação e Expressão - Campus Universitário - Trindade - Florianópolis
Florianópolis / SC
Site: http://www.periodicos.ufsc.br/index.php/literatura
Telefone: (48) 3721-9582
ISSN: 21757917
Editor Chefe: NULL
Início Publicação: 30/11/1993
Periodicidade: Semestral
Área de Estudo: Letras

A palavra de impossível repouso: Pasolini e o olho-câmara de Murilo Mendes

Ano: 2012 | Volume: 17 | Número: 1
Autores: Bárbara Nayla Piñeiro Pessôa
Autor Correspondente: Anuário de Literatura | revistadapos@yahoo.com.br

Palavras-chave: Murilo Mendes, Pier Paolo Pasolini, cinema, colagem

Resumos Cadastrados

Resumo Português:

Mais que uma teoria sobre o cinema, o cineasta Pier Paolo Pasolini nos deixou uma teoria sobre a linguagem e sua relação com o real. O cinema aparece como o disparador de uma pesquisa filosófica sobre as possibilidades da linguagem verbal em sua encruzilhada entre o conceitual e o material, entre sua historicidade e a utópica ânsia poética do alvorecer de um novo sentido ou, mais além, o trabalho com a impossibilidade do sentido. Ao estabelecer laços de diálogo entre a teoria do cinema de Pasolini e a poética de Murilo Mendes, pretendemos pensar aqui sobre a exigência poética do despojamento dos sentidos e o tratamento de corte e subtração conceitual dirigidos à palavra. A proposta de Pasolini teoriza sobre o cinema, mas é, sobretudo, uma teoria da linguagem, um confronto entre as possibilidades da literatura e do cinema. Nesta perspectiva, sua teoria nos ajuda a lançar um outro olhar ao trabalho poético de Murilo Mendes, interessado na palavra ativada por um olho-câmera, um olho capaz de descamar o real e a materialidade da palavra, num processo de subtração que ambiciona o permanente deslocamento de sentido, a palavra de impossível repouso.