Embora a relação entre poder punitivo e guerra não seja algo recente e tenha sido essencial, por exemplo, para o Leviatã de Hobbes e para as formulações de Grotius, no mundo contemporâneo a guerra se apresenta como uma forma muito particular de exercício da política criminal. A incorporação sistêmica da guerra pelo capitalismo atual assume uma dimensão inusitada e constitutiva das relações políticas e econômicas, uma vez que a sua perpetuidade alimenta as tramas da expansão do capital em escala global.(1)