Este artigo tem como objetivo compreender a polissemia do conceito de cultura surda a partir de autorias dispersas de sujeitos surdos que constituem uma polifonia importante na produção desse imperativo conceitual. Para esse empreendimento, elegemos a bricolagem como abordagem metodológica para analisar fragmentos discursivos da comunidade surda que tecem possíveis conexões e aproximações com a cultura surda. A centralidade está em compreender a produção das verdades no que diz respeito às singularidades e as às experiências de surdos em suas infinitas relações. A materialidade foi constituída por um mosaico discursivo que emergiu de relatos, produções, desenhos, fotos, esculturas, poesias, músicas, textos e discussões oriundas de espaços circulantes de surdos. O artigo aponta para o deslocamento do sujeito do seu enredo discursivo para entender sua constituição como objeto de si mesmo. Sugere ainda que a singularidade nasce como potência para pensar nas experiências como produtoras de novos/outros modos de ser surdo na contemporaneidade.
This article aims to understand the polysemy of the deaf culture concept from some dispersed authorship of deaf individuals, which constitute an important polyphony in the production of this conceptual imperative. For this endeavor, we chose bricolage as the methodological approach to analyze some discursive fragments of the deaf community that establish possible connections and approximations with the deaf culture. The centrality is in understanding the production of truths with regard to the singularities and experiences of deaf individuals in their infinite relationships. Materiality was constituted by a discursive mosaic that emerged from reports, productions, drawings, photos, sculptures, poetry, music, texts and discussions that occur in environments occupied by deaf people. The article points to the displacement of the subject from his discursive sphere to understand his constitution as an object of himself. It also suggests that singularity is born as a power to think about experiences as producers of new/other ways of being deaf nowadays.