Por uma concepção política de conflito escolar

Revista de Psicologia

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ISSN: 2179-1740
Editor Chefe: Cassio Adriano Braz de Aquino
Início Publicação: 26/01/2018
Periodicidade: Anual
Área de Estudo: Ciências Humanas, Área de Estudo: Psicologia

Por uma concepção política de conflito escolar

Ano: 2018 | Volume: 9 | Número: 1
Autores: Thiago Colmenero Cunha, Pedro Paulo Gastalho Bicalho
Autor Correspondente: Thiago Colmenero Cunha | colmenerocunha@gmail.com

Palavras-chave: psicologia, educação, pesquisa-intervenção, juventudes

Resumos Cadastrados

Resumo Português:

A partir de pesquisa-intervenção realizada em duas escolas públicas fluminenses e a emergência do dispositivo grupos de reflexão realizado com os jovens do nono ano do Ensino Fundamental e do terceiro ano do Ensino Médio, o presente artigo analisa as lógicas presentes na concepção de conflito no contexto escolar. Dentro desse cenário emergem diariamente brigas, discussões, polêmicas, dissensos, desacordos. Em um espaço em que majoritariamente a normatização é compreendida como cuidado, a fim de controlar e adestrar jovens para se tornarem mão de obra qualificada no futuro, o desvio serve como ponto de partida para definição da norma. O conflito pode ser entendido a partir de um olhar positivista sobre o indivíduo, generalizante, individualista, intimista, representativo – aqui a Psicologia emerge, na medida em que sua intervenção é pautada na prevenção diagnóstica de distúrbio e disfunções. A partir do referencial teórico-metodologico da Psicologia da Libertação Latinoamericana e da Análise Institucional Francesa propõe-se pautar o conflito como relações de poder, opressão, discriminação, injustiça, desigualdade, estruturas sociais: uma concepção política do conflito escolar. É preciso, portanto, desindividualizar as demandas que emergem como conflito e trazer as tensões, as relações sociais, as convivências, a política das relações das juventudes que habitam as escolas.



Resumo Inglês:

Based on intervention-research fulfilled in two public schools in the state of Rio de Janeiro and the emergence of the reflexive groups performed with youngsters from the ninth grade of elementary school and the third year of high school, the present article analyzes the logic present in the conception of conflict in the school context. Within this scenario fights, discussions, controversies, dissensions, disagreements emerge daily. In a space in which normatization is mostly perceived as care, an end to control and to train young people to become skilled labor in the future, the deviation serves as the starting point for definition of the norm. The conflict can be understood from a positivist look at the individual, generalizing, individualistic, intimate, representative - here Psychology emerges, insofar its intervention is based on the diagnostic prevention of disorders and dysfunctions. Based on the theoretical-methodological framework of the Latin American Liberation Psychology and French Institutional Analysis, it is proposed to guide the conflict as relations of power, oppression, discrimination, inequality, social structures: a political conception of school conflict. It is, therefore, necessary to deindividualize the demands that emerge as conflict and bring tensions, social relations, coexistence, the politics of youth relations that inhabit schools.