O presente estudo aborda as possibilidades de singularização do sujeito em ações desencadeadas pelas políticas públicas. O tema em questão emerge da práxis clínica da autora na escuta do sofrimento psíquico singular do sujeito em diversos contextos marcados pela exclusão social onde há o desenvolvimento de políticas públicas destinadas a determinados coletivos e grupos. Parte-se do pressuposto de que, na gestão das políticas públicas, ao legislar-se em prol da garantia de direitos para grupos sociais específicos, prescreve-se o bem, o melhor e o necessário para os indivíduos em seu conjunto e, portanto, balizam-se e determinam-se condutas e modos homogêneos de inserção no laço social. Se essa dimensão é uma conquista social importante, não contempla a dimensão do singular. Assim, a hipótese desenvolvida neste trabalho é a de que, ao colocar em relevo o discurso psicanalítico nesses contextos, pode-se contribuir para pôr em movimento possibilidades discursivas de singularização do sujeito, tanto na escuta individual, como na coletiva, abrindo brechas nas ações desencadeadas através das políticas públicas.
