Práticas fisioterapêuticas na população pediátrica em um centro de referência para fibrose cística

Revista Brasília Médica

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ISSN: 2236-5117
Editor Chefe: Eduardo Freire Vasconcellos
Início Publicação: 01/09/1967
Periodicidade: Anual
Área de Estudo: Ciências da Saúde, Área de Estudo: Enfermagem, Área de Estudo: Medicina, Área de Estudo: Saúde coletiva

Práticas fisioterapêuticas na população pediátrica em um centro de referência para fibrose cística

Ano: 2023 | Volume: 60 | Número: Especial
Autores: Mariana Ventura Goulart, Gabriela Castilhos Ducati, Gabrielle de Oliveira Goncalves, Thaise Helena Cadorin, Juliana Cardoso, Renata Maba Gonçalves Wamosy, Camila Isabel Santos Schivinski
Autor Correspondente: Mariana Ventura Goulart | rbm@ambr.org.br

Palavras-chave: ambulatório hospitalar, reabilitação, pediatria

Resumos Cadastrados

Resumo Português:

INTRODUÇÃO: A fisioterapia respiratória é fundamental para indivíduos com fibrose cística (FC) e deve ser realizada diariamente, desde o diagnóstico, assim como o acompanhamento personalizado por esse profissional.

OBJETIVO: Apresentar recursos e técnicas fisioterapêuticas utilizados na rotina de pacientes pediátricos com FC em acompanhamento ambulatorial de um centro de referência.

METODOLOGIA: Estudo transversal e descritivo, incluiu indivíduos com FC - de 1 a 16 anos -, agrupados por idade (grupo 1: 1-6 anos; grupo 2: 7-10 anos e grupo 3: 11-16 anos), e seus responsáveis. Os termos de consentimento da pesquisa foram assinados pelos participantes, sendo ela previamente aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa em Seres Humanos da Universidade. Inicialmente, realizou-se avaliação antropométrica e coleta de dados sobre a colonização por patógenos, genótipo e gravidade da doença segundo o escore de Shwachman-Doershuk (ESD). As informações referentes à fisioterapia incluíram o fato de realizá-la ou não, se em rede pública ou privada, início, frequência, e técnicas e recursos utilizados. Em caso negativo, questionou-se se já havia feitou ou não, por quanto tempo, e o motivo de não realizar mais. Os dados foram tabulados no Microsoft Excel e apresentados de forma descritiva e por frequências.

RESULTADOS: Participaram 56 indivíduos, média de idade de 7 anos, 58,92% meninos, 73,23% com pelo menos um alelo F508del e 68,52% classificados como excelentes pelo ESD. Do total de pacientes, 50% constituíram o grupo 1, 21,42% o grupo 2 e 28,58% o 3. A maioria da amostra (93%) realiza fisioterapia - todos via rede pública -, e 85,71% iniciou o acompanhamento logo após o diagnóstico. A frequência varia de 1 a 5 vezes/semana, sendo mais recorrente 1 ou 2 atendimentos por semana. A respeito das técnicas fisioterapêuticas manuais, 87,5% do grupo 1 utilizam, assim como 50% do grupo 2, e 57,14% do grupo 3, sendo que a tapotagem e vibração foram as mais citadas. No entanto, 21,43% do total da amostra não soube nomear as técnicas utilizadas. Quanto aos dispositivos instrumentais, 39,29% dos pacientes fazem uso, sendo o Shaker® associado ao Respiron® o uso mais frequente. Especificamente no grupo 1, 28,12% utilizam algum instrumental, 40% no grupo 2 e 64,28% no grupo 3. Do total de pacientes, 39,28% referem também utilizar brinquedos e recursos terapêuticos de sopro, dentre eles: bolhas de sabão (22,72%), encher balão (18,18%) e PEP subaquática (18,18%). Além disso, 16,07% não realizam fisioterapia e relatam a presença de lista de espera como justificativa, assim como a dificuldade com transporte e problemas na logística familiar. No entanto, referem quer já realizaram em algum momento, com exceção de um adolescente que nunca realizou.

CONCLUSÃO: Identificou-se uma boa adesão da população avaliada em relação a fisioterapia respiratória, inclusive uso de instrumentais, fator importante no manejo dessa condição de saúde e promoção de autonomia para o paciente e sua família.