Crises febris representam a manifestação neurológica mais comum em lactentes e crianças pequenas. Trata-se de um fenômeno idade-dependente, provavelmente relacionado com a vulnerabilidade de um sistema nervoso em desenvolvimento aos efeitos da febre, em combinação com uma susceptibilidade genética subjacente. Ocorre em 2 a 5% de todas as crianças menores de 5 anos, com um pico de incidência entre 12 e 18 meses. Geralmente são benignas, evoluindo com desenvolvimento neurológico normal. O prognóstico de crianças com crises febris simples é extremamente favorável, raramente apresentando sequela neurológica. Crises febris com duração superior a 5 minutos, entretanto, devem ser tratadas com drogas endovenosas, e requerem observação mais prolongada. Esta proposta de protocolo clínico-assistencial tem como objetivo sistematizar o atendimento a crianças acometidas por crises convulsivas em vigência de febre e sua principal complicação (o estado de mal epilético), a ser utilizado pela equipe assistente do HUWC, hospital terciário de referência no estado, de modo a realizar atendimento adequado a pacientes acometidos por crises febris com intervenções seguras e comprovadamente benéficas, evitando-se exames invasivos desnecessários, e com potenciais complicações. Vale salientar que orientação familiar é uma medida essencial no correto manejo destas crianças.