O objetivo do trabalho foi avaliar se as mudanças que ocorrem no solo, na planta e na atmosfera
após a prática da queimada são significativamente detectadas. Para tanto, foram coletadas amostras de solo e da planta em
duas situações (tratamentos) pré e pós-queima. As áreas foram padronizadas e referenciadas como talhões, cinco foram os
talhões usados para cada tratamento (repetições). Para cada talhão foram realizadas cinco amostras. Estimou-se a emissão
de CO2 utilizando as reduções de folhas, ponteiros e colmos proporcionadas pela queima, nos tratamentos. Todos os dados
foram submetidos à análise de variância (ANOVA, p<0,05) com o teste de comparação de médias Scott-Knott (p<0,05) e
estudados por análise de componentes principais (PCA). Com relação à comparação da pré e da pós-queima, as variáveis
de biomassa (folhas, ponteiros, colmos) apresentaram diferenças estatÃsticas. Entretanto, as variáveis % de MS do ponteiro
(%ponteiro) e brix corrigido não apresentaram diferenças quando comparadas a pré e a pós-queima. O resultado do cálculo
da quantidade de CO2 emitida pela queima das folhas foi de 3,89 Mg ha-1 (toneladas por hectare) e devido à queima dos
ponteiros mais 0,92 Mg ha-1 de CO2 foram lançadas na atmosfera, totalizando 4,81 Mg ha-1 de CO2 totais. Os dados
referentes ao Mn, Cu e B apresentaram diferenças estatÃsticas de teores quando comparados antes e após a queima. Na
análise multivariada houve uma divisão clara entre os dados da pré e pós-queima, influenciados pela biomassa vegetal. O
trabalho concluiu que a queima da cana promove redução de folhas, ponteiros e colmos em 92,48%, 33,52% e 30,70%
respectivamente. No solo ocorreu redução de manganês em 21,04%, de cobre em 19,32% e de boro em 30,56%. Na
atmosfera ocorre emissão de 4,8 Mg ha-1 de CO2, provenientes da queima de 10,41 Mg de biomassa vegetal.
The objective of this study was verified if changes in soil, in sugarcane biomass and in
atmosphere could be significantly detected after burning. Thus, soil and plant samples were carried out under field
conditions before and immediately after burning. The samples were colleted in five standardized areas (repetitions), and in
each area were colleted five samples of soil and plant biomass. CO2 emission was estimated from reductions of total plant
biomass after burning. Data were submitted to variance analyses (ANOVA, p < 0.05) and pos-hoc comparisons by Scott-
Knott test (p < 0.05). A multivariate statistical analysis, by principal component analysis PCA, was also performed in
order to evaluate the interactions among the parameters taking into account in the present study. Results showed
significant reduction in biomass of leaves, stem and apexes after burning. However, percentage of apex dry matter as well
as corrected Brix did not show significant differences before and after burning. Calculations of CO2 emission showed that
3.89 Mg ha-1 of carbon was emitted for atmosphere from burned leaves, while CO2 emission from burned apexes was
around 0.92 Mg ha-1, thus, total CO2 emission was around 4.81 Mg ha-1. Considering soil analyses, there was significant
reductions in nutrient contents between before and after burning just in Mn (21.04%), Cu (19.32%), and B (30.56%). PCA
analysis show a remarkable difference between before and after burning in all tested areas, mainly because biomass
changes. Biomass results showed that the burning reduced in 92.48%, 33.52%, and 30,70% the biomass of leaves, apexes
and stem, respectively. Thus, around 10.41 Mg of burned plant biomass emitted 4.8 Mg ha-1 of CO2 to atmosphere.