O presente artigo se origina da pesquisa intitulada “A realidade do crack em Santa Cruz do Sul – RS”, que investigou a problemática psicossocial e suas implicações individuais, coletivas e familiares no município. Apresenta-se aqui um recorte nos dados alcançados, que se refere ao perfil dos usuários desta substância. Baseada numa metodologia quantitativa e qualitativa, foram aplicadas entrevistas semi-estruturadas em sujeitos que estavam vinculados aos serviços de tratamento (ESF, CAPSia, CAPS AD, CT e Hospitais de referência), e a outros espaços comunitários, totalizando 200 entrevistas, sendo 100 com familiares e 100 com usuários de drogas. A amostra dos usuários de crack foi constituída por 87% do sexo masculino, a maioria entre 19 e 32 anos de idade (61%), com o ensino fundamental incompleto (51%). Constata-se que o uso de drogas se inicia na adolescência, entre os 10 e 15 anos de idade (62%), e que estes usuários trazem histórico de dependência química na família. Decorre daí a importância de analisar estes dados e repensar as políticas públicas de prevenção e tratamento.