O fenômeno de um ramo relativamente autônomo da ciência ser absorvido por, ou “reduzido” a, outra disciplina é inegável e é uma característica recorrente da história da ciência moderna, e não há razão para supor que tal fenômeno não continue a ocorrer no futuro. Isto foi afirmado por Ernest Nagel há exatamente setenta anos, numa tentativa de justificar a necessidade de clarificar a redução científica (NAGEL, 1949, p. 100). Mesmo alguns anos antes, ele afirmou que não existia um estudo cuidadoso da natureza da redução, mesmo por aqueles cuja única preocupação era a lógica da ciência (NAGEL, 1935, p. 46). Os debates subsequentes sobre a noção de redução na ciência foram motivados especialmente pelo modelo de redução nageliano, que teve inúmeros adeptos e objeções variadas. Dentre as respostas frente aos problemas sofridos por este modelo clássico, podemos contar, como uma das primeiras, aquela oferecida pelo programa estruturalista. Neste trabalho será discutida a noção de redução no âmbito do programa estruturalista. Uma vez apresentada esta via, procurar-se-á aprofundar a análise da condição de redução no sentido ontológico (MOULINES, 1984), tendo em conta um dos mais atuais refinamentos do quadro conceptual estruturalista, a noção de uma subestrutura parcial escalonada.