O presente artigo é resultado de um levantamento bibliográfico cuja finalidade foi investigar as práticas de cunho biologizantes,
vigentes no cenário da saúde na contemporaneidade, como também na saúde mental no âmbito da Atenção Básica em Saúde,
que compõe o Sistema Único de Saúde (SUS). O ponto central desse estudo reside em discorrer sobre os vetores que direcionam
as ações e estratégias nesse nível de atenção, num sentido que reforça paradigmas reducionistas e biologizantes, em detrimento
da solidificação de um dos princípios norteadores do SUS – a integralidade nas práticas de saúde. Neste sentido, visando
aprofundar a discussão, o artigo traz apontamentos acerca das transformações almejadas Pela Reforma Sanitária e pela Reforma
Psiquiátrica, dentre os quais a consolidação de uma compreensão sobre a multidimensionalidade nos cuidados à saúde da
população. No discorrer do trabalho são colocados em paralelo o princípio da multidimensionalidade e as visões e estratégias
predominantes no campo da saúde, que implicam na disciplinarização e controle dos sujeitos, o que Michel Foucault nomeia de
biopolítica. Neste ínterim, justifica-se a abordagem do tema, devido aos efeitos que essa dinâmica entre os saberes supracitados
incide diretamente na atuação das equipes de saúde, como também nos posicionamentos da população, enquanto usuária dos
equipamentos de saúde, em especial, a Atenção Básica.
This article is the result of a bibliographic survey whose purpose was to investigate the biologizing practices, in force in
contemporary health and mental health, within the scope of Primary Health Care, which makes up the Unified Health System
(SUS). The central point of this study is to discuss the vectors that direct actions and strategies at this level of care, in a sense that
reinforces reductionist and biologizing paradigms, to the detriment of the solidification of one of the guiding principles of SUS
- integrality in health practices. In this sense, aiming to deepen the discussion, the article brings notes about the transformations
desired by the Health Reform and the Psychiatric Reform, among which the consolidation of an understanding about the
multidimensionality in the health care of the population. In discussing the work, the principle of multidimensionality and the
prevailing visions and strategies in the field of health are placed in parallel, which imply the disciplinarization and control of the
subjects, which Michel Foucault calls biopolitics. In the meantime, the approach of the theme is justified, due to the effects that
this dynamic among the aforementioned knowledge directly affects the performance of the health teams, as well as the positions
of the population, as a user of health equipment, especially Primary Care.