Neste artigo, procuro refletir sobre o desafio que se coloca para a educação do ser humano culto como resultado do processo de globalização e de revolução técnico-científica que vivemos hoje frente às formas como nossa sociedade tem respondido com a educação das crianças e, ao mesmo tempo, a complexidade do processo de conhecimento que descobre uma relação intrínseca entre o afetivo e o cognitivo que condiciona a aprendizagem. Destaco, especialmente, o sentido que as crianças têm construído acerca da escola e do processo de conhecimento, a partir de tarefas e das idéias impostas às crianças pelos adultos, e que as distancia da apropriação do pensamento teórico e da vontade de saber, elementos essenciais no processo de apropriação da herança cultural da humanidade, motor da humanização das novas gerações. A imposição às crianças de formas de relacionamento com a cultura - próprias dos adultos - em idades cada vez mais precoces abrevia a infância e compromete o processo essencial de humanização vivido nessa idade. Não só isso, cria nas crianças uma atitude que as indispõe ao conhecimento - o que se coloca em contrário ao desejo maior de pais e mães e professores/as com relação à escola.