Este artigo tem como objetivo elucidar o movimento teórico
habermasiano da reorientação do conceito de ‘esfera pública’ para o de
‘comunicação’ na teoria do agir comunicativo, e as dificuldades que daÃ
resultam para uma teoria da democracia. Nesse sentido, busca mostrar
que há uma radicalização lingüÃstica do conceito de espaço público,
agora através de uma crÃtica lingüÃstica, na direção da construção de
uma pragmática da linguagem: de uma esfera polÃtica para uma esfera
lingüÃstica da ação. Tal reorientação pressupõe um completo assumir,
por parte de Habermas, da ‘reviravolta lingüÃstica’ na tradição analÃtica
e suas relações com o conceito de ‘mundo da vida’ como ponto de
ancoragem da atividade lingüÃstica do sujeito do agir comunicativo,
cujo resultado é a construção de um novo conceito de racionalidade
cujo âmbito é repensar as já antigas anomalias constitutivas da esfera
pública e seu conceito de crise para a sociedade contemporânea.