O número de casos de violências envolvendo adolescentes, como autores e vítimas do ato tem sido pauta em discussão na sociedade atual. O presente estudo visa identificar a percepção de escrivães e funcionários de delegacias acerca das representações sociais sobre os adolescentes em conflito com a lei e como esses dados podem interferir no atendimento e acolhimento das denúncias. A pesquisa fora aplicada em 2 delegacias de Defesa da Mulher e 1 Delegacia de Polícia de três munícipios do interior do estado de São Paulo. O instrumento de coleta de dados elaborado fora uma entrevista semiestruturada composta por questões sociodemográficas e sete questões abertas, referentes à temática pesquisada. Os resultados apontam para quatro principais fatores: a culpabilização da família, a culpabilização do próprio adolescente e a dificuldade do entender a adolescência como fase biopsicossocial, a sensação de impunidade experienciada pela sociedade brasileira atual e a necessidade de desenvolvimento de políticas públicas voltadas à garantia de direitos dos adolescentes e de seus familiares. Conclui se que, as representações sociais sobre o adolescente, podem interferir na construção da relação entre profissional e adolescente no contexto infracional, o que demanda maior preparo dos profissionais para atender o adolescente e entender suas reais necessidades.
