Este artigo trata-se de um recorte de análise realizada para construção de tese de doutoramento. O estudo foi desenvolvido a partir de pesquisa empírica com jovens discentes de graduação da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia, de primeiro e último semestre de cinco cursos, tendo como objetivo avaliar os impactos de memórias raciais em suas formações, bem como possíveis processos de ressignificação e fontes deste. Desenvolveu-se, desta forma, um estudo qualitativo baseado em dados coletados a partir de questionários e entrevistas. A análise, por sua vez, foi realizada com base nos estudos de Pierre Bourdieu e Norbert Elias. Neste trabalho apresentam-se dados referentes a transformações de perspectivas raciais e a influência dos ambientes educacionais pelos quais estes jovens passaram e as relações sociais que construíram nestes. Como principais resultados, observa-se os ambientes educacionais formais sendo citados como espaços nos quais os discentes vivenciaram muitas experiências racistas, porém local onde tiveram acesso a conhecimento e relações que os fizeram questionar e repensar muitas de suas trajetórias, memórias e aprendizagens, mostrando-se importante espaço para continuidade da luta antirracista.
This article is an analysis carried out to construct a doctoral thesis. The study was developed based on empirical research with young undergraduate students at the State University of Southwest Bahia, from the first and last semester of five courses, with the objective of evaluating the impacts of racial memories on their training, as well as possible processes of resignification and sources thereof. In this way, a qualitative study was developed based on data collected from questionnaires and interviews. The analysis, in turn, was carried out based on studies by Pierre Bourdieu and Norbert Elias. This work presents data relating to transformations in racial perspectives and the influence of the educational environments these young people went through and the social relationships they built in them. As main results, formal educational environments are cited as spaces in which students experienced many racist experiences,but places where they had access to knowledge and relationships that made them question and rethink many of their trajectories, memories and learning, showing-important space for the continuation of the anti-racist struggle.
