Este artigo é resultado de uma breve análise teórica, com base no diário pessoal resultante de uma escolha particular de iniciação e de uma experiência antropológica com o Ritual de Iniciação no Candomblé de Ketú, Religião esta de matriz africana e rito este também conhecido como “fazer o santo”. Busco estabelecer o diálogo entre a teoria antropológica e a prática pessoal, aproximando as identidades que me conformam como uma iniciada na religião e como estudante de antropologia no exercício de distanciamento e aproximação inerentes ao campo. A reflexão teórica proposta encontra seu bojo no estruturalismo, tendo como eixo norteador a classificação ritualística de Van Gennep (1978) que decompõe o Rito de passagem em: Ritos de separação, Ritos de margem e Ritos de agregação. A partir desta estruturação procurarei explorar as informações coletadas em campo a cerca do Ritual de Iniciação para um entendimento teórico-antropológico desta religião. Pretende-se ainda, através do distanciamento entre a experimentação pessoal e antropológica, encontrar a estrutura ritual e seus desdobramentos ritualísticos a fim de perceber a “eficácia simbólica” (LÉVI-STRAUSS, 1975) da prática ritual.