A pandemia de Covid-19 impôs desafios significativos aos profissionais de saúde, especialmente aos que atuam em maternidades. Habituados a um ambiente de celebração da vida, esses profissionais passaram a vivenciar a morte de forma rotineira e em grande escala, inclusive entre colegas de trabalho. O objetivo deste estudo foi investigar as estratégias de enfrentamento utilizadas pela equipe de saúde de uma maternidade pública no interior da Paraíba para preservar a saúde mental diante das adversidades do ambiente hospitalar no cenário pós-pandêmico. A pesquisa adotou uma abordagem mista com estratégia de triangulação concomitante. Participaram 47 profissionais de saúde, que responderam a um questionário semiestruturado com 71 itens. Os resultados indicaram altos índices de estresse, uso recorrente de medicamentos, resistência ao acompanhamento psicológico e automedicação. Identificou-se também a adoção de métodos de autocontrole e, em menor escala, a busca por psicoterapia. Com base no modelo de coping de Folkman e Lazarus, as estratégias de enfrentamento foram classificadas como: focadas no problema, focadas na emoção e voltadas a valores. Conclui-se que, embora os profissionais desenvolvam mecanismos para lidar com as pressões do trabalho, fatores como a desvalorização, a rotina exaustiva e a ausência de suporte institucional contribuem para a negligência com políticas públicas voltadas ao cuidado da saúde mental desses trabalhadores.
The COVID-19 pandemic imposed significant challenges on healthcare professionals, particularly those in maternity wards. Accustomed to an environment celebrating life, these professionals began to routinely face death on a large scale, including among their colleagues. The objective of this study was to investigate the coping strategies used by the healthcare team of a public maternity hospital in an inland region of Paraíba to preserve their mental health amidst the adversities of the hospital environment in the post-pandemic scenario. The research employed a mixed-methods approach with a concurrent triangulation design. Participants comprised 47 health professionals, who completed a 71-item semi-structured questionnaire. The results indicated high levels of stress, recurrent medication use, resistance to psychological support, and self-medication. The adoption of self-control methods and, to a lesser extent, seeking psychotherapy were also identified. Based on the Folkman and Lazarus model of coping, strategies were classified as problem-focused, emotion-focused, and value-oriented. The study concludes that although these professionals develop mechanisms to cope with work-related pressures, factors such as professional devaluation, exhaustive routines, and a lack of institutional support contribute to the neglect of public policies aimed at their mental healthcare.
La pandemia de Covid-19 impuso desafíos significativos a los profesionales de la salud, especialmente a quienes trabajan en maternidades. Acostumbrados a un entorno de celebración de la vida, estos profesionales pasaron a experimentar la muerte de manera rutinaria y a gran escala, incluso entre compañeros de trabajo. El objetivo de este estudio fue investigar las estrategias de afrontamiento utilizadas por el equipo de salud de una maternidad pública en el interior de Paraíba para preservar la salud mental frente a las adversidades del entorno hospitalario en el escenario pospandémico. La investigación adoptó un enfoque mixto con estrategia de triangulación concomitante. Participaron 47 profesionales de la salud, quienes respondieron un cuestionario semiestructurado con 71 ítems. Los resultados indicaron altos niveles de estrés, uso recurrente de medicamentos, resistencia al acompañamiento psicológico y automedicación. También se identificó la adopción de métodos de autocontrol y, en menor medida, la búsqueda de psicoterapia. Con base en el modelo de afrontamiento de Folkman y Lazarus, las estrategias de afrontamiento se clasificaron como: centradas en el problema, centradas en la emoción y orientadas a valores. Se concluye que, aunque los profesionales desarrollan mecanismos para lidiar con las presiones del trabajo, factores como la desvalorización, la rutina extenuante y la ausencia de apoyo institucional contribuyen al descuido de las políticas públicas dirigidas al cuidado de la salud mental de estos trabajadores.