Neste artigo, tecerei algumas considerações sobre saúde mental, os modos de administrar e organizar o trabalho na atualidade e como podem estes novos modos influir em valores identitários e saúde dos trabalhadores e trabalhadoras, transformando-os em colaboradores ativos e competitivos, disciplinados e integrados, absorvidos no ideal da empresa-mãe, prontos a sacrificar-se em prol do sucesso empresarial como se fosse o seu. Por assim pensar e agir, centra o olhar para si mesmo, faltando-lhe meios para compreender as causas do adoecer e morrer. Surpreendem-se com a cisão imposta pelo capital quando demitidos após acidentes, idas a médicos por doenças no horário da jornada, questionamentos de certas regras e normas geradoras de inquietações ante a intensificação do ritmo e excesso de tarefas a serem realizadas. Desta perspectiva, minha fala tem duas tarefas a cumprir: mostrar como as formas de organizar o trabalho acometem à saúde mental dos trabalhadores e suas conseqüências a famÃlia. Para isso, tomo como ponto de partida alguns elementos históricos relativos à compreensão do que denominamos saúde mental.