O que significa falar de uma Literatura Mundial em Inglês? De que formas poderiam os estudos sobre diáspora e transnacionalismo estarem ligados ao fenômeno contemporâneo do Inglês Global, com um modo de compreender o mundo que posicione o inglês em seu centro? O que os estudos de diáspora e transnacionalismo poderiam aprender com a “questão de linguagem” frequentemente levantada na discussão sobre imperialismo cultural e escrita pós-colonial? O que poderiam aprender sobre a questão do globalismo, agora tão ubíqua na crítica contemporânea? Essas questões definem o terreno conceitual desse artigo, no qual a transmutação discursiva da disciplina Estudos Pós-Coloniais para “Literaturas em Inglês” é lida como um sintoma e uma causa da visibilidade emergente do Inglês Global como uma configuração disciplinar reconhecível, situada no entremeio da cultura contemporânea e acadêmica. Nesse sentido, defende-se que os Estudos Pós-Coloniais ainda têm de fazer as pazes com o inglês global, porque é precisamente através dessa língua que tal campo veio a existir mais proeminentemente na academia ocidental. Para isso, o artigo mapeia essa transmutação discursiva e suas condições prévias necessárias – o investimento crítico no “global”, a renovada atenção aos dialetos, a abstração do pós-colonial – como um modo de articular ressalvas profundas sobre o “novo universalismo”, do qual a Literatura em Inglês é uma instância primária. Por fim, conclui-se que o inglês global não somente realinha os estudos literários com estudos pós-coloniais, mas vai mais além para realinhar a ambos com uma visão paradoxalmente transnacional, ainda que culturalmente míope do globalismo.