Este artigo visa destacar a potência da noção de aporia, de Jacques Derrida, para o entendimento do currículo como experiência aporética —da ordem da imprevisibilidade, da contingência e do indecidível —, viabilizando a leitura das relações que envolvem oprocesso educacional com infinitas possibilidades de significação, em um movimento contínuo de experiências inacabadas. Nesse contexto, a partir do recorte das investigações, pretende-se abordar a noção de aporia articulada às noções de artifactualitye actuvirtuality, também de Derrida, que contribuem para adensar o entendimento da realidade como espectro, ou seja, algo inacabado que se desloca como acontecimento relacionado às experiências imprevisíveis. As noções de artifactualitye actuvirtualitytêm balizado as presentes investigações sobre o entrelace entre currículo e tecnologia, que são problematizadas por meio do termo “tecno-curricular”, trazendo uma dimensão discursiva para a relação entre currículo e tecnologia –a qual transita por entre fronteiras porosas na dimensão do porvir. Por fim, nesse movimento de desconstrução, os prefixos artie atupermitem adentrar no tempo incalculável da linguagem in actu dessa relação, aproximando o campo do currículo ao sentido de poesia derridiano como um ouriço na sua travessia
This article aims to highlight the potency of Jacques Derrida’s notion of aporiafor understanding curriculum as an aporetic experience —one of unpredictability, contingency, and undecidability —enabling the reading of educational processes as infinite possibilities of signification, in a continuous movement of unfinished experiences. Within this movement, and based on the scope of our investigations, we address the notion of aporiaarticulated with Derrida’s concepts of artifactualityand actuvirtuality, which deepen the understanding of reality as spectral —that is, unfinished andshifting as an event tied to unpredictable experiences. The notions of artifactualityand actuvirtualityhave guided our inquiries into the entanglement between curriculum and technology, which we problematize through the term
techno-curricular, bringing a discursive dimension to this relation that navigates porous borders toward the yet-to-come. Finally, in this movement of deconstruction, the prefixes artiand actuallow us to enter the incalculable time of language in actuof this relation, bringing the field of curriculum closer to Derrida’s poetic sense of the hedgehog in its crossing.Keywords:curriculum; technology; aporia; artifactuality; actuvirtuality.RESUMENEste artículo busca destacar la potencia de la noción de aporia, de Jacques Derrida, para comprender el currículo como una experiencia aporética —de lo imprevisible, lo contingente y lo indecidible—, posibilitando una lectura de los procesos educativos como infinitas posibilidades de significación, en un movimiento continuo de experiencias inacabadas. En ese movimiento, y a partir del recorte de nuestras investigaciones, se aborda la noción de aporiaarticulada con las nociones de artifactualityy actuvirtuality, también de Derrida, que contribuyen a densificar la comprensión de la realidad como espectro, es decir, como algo inacabado que se desplaza como acontecimiento vinculado a experiencias imprevisibles. Las nociones de artifactualityy actuvirtualityhan orientado nuestras investigaciones sobre el entrelazamiento entre currículo y tecnología, que problematizamos mediante el término tecno-curricular, aportando una dimensión discursiva a esta relación que transita por fronteras porosas en la dimensión delporvenir. Finalmente, en este movimiento deconstructivo, los prefijos artiy actunos permiten adentrarnos en el tiempo incalculable del lenguaje in actude esta relación, aproximando el campo del currículo al sentido poético derridiano del erizo en su travesía.Palabras clave:currículo; tecnología; aporía; artifactuality; actuvirtuality.IntroduçãoEste artigo configura-se como um ensaio epistemológico que dialoga com a perspectiva pós-estrutural para o entendimento de currículo e, nesse processo, discute-se a articulação entre currículo e tecnologia. A proposta não é oferecer um modelo explicativo ou prescritivo, mas destacar a potência das noções que ensejam o movimento de desconstrução proposto pelo filósofo Jacques Derrida, como contribuição para tensionar os discursos de verdade que tentam restringir o currículo a molduras normativas. São vivenciadas políticas curriculares que corroboram um movimento crescente de racionalização e normatização do currículo, orientado por discursos de padronização, evidência e desempenho. Nos desdobramentos desse movimentoem prol da normatização, a tecnologia vem ganhando cada vez mais destaque, associando-se à ideia de um currículo único e prescritivo e também figurando como uma promessa de eficácia e controle.A perspectiva da desconstrução contribui para a análise crítica das tentativas de normatização e prescrição curricular, uma vez que interpela a realidade como um processo ativamente produzido, peneirado, investido e performativamente interpretado, em consequência do campo de forças e interesses que permeiam as relações, nas tentativas de priorização de
Este artículo busca destacar la potencia de la noción de aporia, de Jacques Derrida, para comprender el currículo como una experiencia aporética —de lo imprevisible, lo contingente y lo indecidible—, posibilitando una lectura de los procesos educativos como infinitas posibilidades de significación, en un movimiento continuo de experiencias inacabadas. En ese movimiento, y a partir del recorte de nuestras investigaciones, se aborda la noción de aporiaarticulada con las nociones de artifactualityy actuvirtuality, también de Derrida, que contribuyen a densificar la comprensión de la realidad como espectro, es decir, como algo inacabado que se desplaza como acontecimiento vinculado a experiencias imprevisibles. Las nociones de artifactualityy actuvirtualityhan orientado nuestras investigaciones sobre el entrelazamiento entre currículo y tecnología, que problematizamos mediante el término tecno-curricular, aportando una dimensión discursiva a esta relación que transita por fronteras porosas en la dimensión delporvenir. Finalmente, en este movimiento deconstructivo, los prefijos artiy actunos permiten adentrarnos en el tiempo incalculable del lenguaje in actude esta relación, aproximando el campo del currículo al sentido poético derridiano del erizo en su travesía