Nas relações políticas e culturais do Brasil com o exterior, no período entre a Segunda Guerra Mundial e o início da Guerra Fria, a função da literatura foi pensada tanto como veículo de compreensão mútua entre as nações quanto como potencial carregadora de ideologia subversiva. Este trabalho observa as diferenças entre o conto “A menor mulher do mundo”, de Clarice Lispector, e sua tradução por Elizabeth Bishop, explorando as nuances da circulação de ideias entre as Américas através da ficção. Lido ao lado de material de arquivos estatais, o caso revela encruzilhadas da literatura em sua vida global como fonte histórica, permitindo reflexões sobre fato e ficção, literatura e política.