Realizamos algumas considerações sobre a "má medicina": um grupo de fenômenos individuais e coletivos referentes à comum desarmonia, insatisfação e frustração no encontro médico-paciente vividos pelos doentes. Visamos contribuir para uma melhor compreensão dessa "má medicina", considerando sua complexidade, e para a sua melhoria. Divergimos do senso comum e douto que resume tais desencontros como "má prática" médica. Argumentamos que alguns de seus aspectos tÃpicos, como autoritarismo, arrogância, frieza, controlismo, beligerância, sensação de onipotência e onisciência de muitos médicos estão entrelaçados com forças ou fatores histórico-epistemológicos, sóciopolÃticos e subculturais desses profissionais, como a vitória polÃtica da Ciência e seu etnocentrismo, o monopólio oficial da cura pela biomedicina, a vigência e expansão nela de um paradigma biomecânico, a cultura autoritária hospitalar, a adoção cega do preconceito cientÃfico com a não-ciência, dentre outros fatores, além de processos mais amplos e complexos como a medicalização social.
Some considerations are made about "bad medicine": a set of individual and collective phenomena regarding the usual disharmony, dissatisfaction and disappointment experienced by sick people in the doctor-patient relationship. The purpose is to contribute to a better understanding of such "bad medicine", taking its complexity into account, and also to collaborate with its improvement. We disagree with the common sense that summarizes such failed encounters as "bad medical practice". We argue that some of its typical aspects, such as authoritarianism, arrogance, coldness, excessive control, belligerency, and the feelings of omnipotence and omniscience of so many physicians are intertwined with historical-epistemological, social-political and sub-cultural factors of these professionals; for instance, the political victory of Science and its ethnocentrism, biomedicine's official monopoly of cure, the current expansion of the biomechanical paradigm, the authoritarian culture in the hospital setting, the unquestioned adoption of a scientific prejudice against non-science, among others, besides wider and more complex processes like social medicalization.
Realizamos algunas consideraciones sabre la "mala medicina": un grupo de fenómenos individuales y colectivos referentes a la falta de armonÃa común, insatisfacción y frustración, en el encuentro médico-paciente vividos por los enfermos. Con la intención de contribuir para una mejor comprensión de esta "mala medicina", consideramos su complejidad para llegar a sua mejorÃa. Divergimos del sentido común y docto que resume tales desencuentros como "mala práctica" médica. Argumentamos que algunos de sus aspectos tÃpicos como autoritarismo arrogancia, frieza, actitud de control, beligerancia, sensación de omnipotencia y omnisciencia de muchos médicos, están entrelazados con fuerzas factores histórico-epistemológicos, socio-polÃticos y subculturales de estos profesionales, como la victoria polÃtica de la Ciencia y su etnocentrismo, el monopolio oficial de la curación por la biomedicina, la vigencia y expapsión en ella de un paradigma biomecánico, la cultura autoritaria hospitalaria, la adopción ciega del preconcepto cientÃfico con la no-ciencia, entre otros factores; además de procesos más amplios y complejos como la medicación social.