Este artigo analisa a obra Pedagogia das Miudezas, de Nilma Lino Gomes, destacando a importância das pequenas experiências do cotidiano escolar para a aprendizagem e a formação integral dos alunos. A autora evidencia que gestos, falas, memórias e interações afetivas, embora sutis, são elementos fundamentais da prática educativa, capazes de transformar tanto a relação entre professor e aluno quanto a compreensão da educação em sua dimensão social e cultural. Ao valorizar essas “miudezas”, Gomes (2012) propõe que a educação se construa também nas pequenas interações, que carregam significado e potencial formativo. A pesquisa, de caráter bibliográfico, dialoga com autores da educação crítica, como Paulo Freire, Miguel Arroyo e Bernard Charlot, evidenciando que aprender é uma experiência relacional e que a escola deve ser espaço de escuta, reconhecimento e valorização da diversidade. Freire (1996) enfatiza que educar é um ato de amor e coragem, enquanto Arroyo (2012) destaca a necessidade de respeitar trajetórias individuais. Charlot (2000) reforça que a aprendizagem envolve a troca entre sujeito, saber e outro. O estudo aponta que a pedagogia das miudezas funciona como estratégia de resistência às desigualdades e práticas padronizadas, mostrando que pequenas ações podem ter grande impacto na construção de ambientes escolares mais inclusivos, afetivos e democráticos. Conclui-se que a obra de Gomes oferece subsídios importantes para repensar a prática pedagógica contemporânea, evidenciando que é nos detalhes do cotidiano que muitas vezes surgem as maiores oportunidades de transformação social e pessoal.