A incorporação de Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC) e de técnicas de
planejamento baseadas em teorias de sistemas ultrapassa os limites da educação formal,
constituindo um fenômeno social vinculado ao papel da ciência e da tecnologia nas sociedades
industriais (BELLONI, 2002). Embora essas inovações ampliem as possibilidades formativas,
a autonomia cidadã depende da organização política de grupos sociais em projetos educativos
voltados à transformação social (BELLONI, 2002). Assim, o acesso equitativo às tecnologias é
essencial, mas sua mera disponibilização não garante apropriação criativa, podendo acentuar o
distanciamento entre formação acadêmica e mercado de trabalho (BELLONI, 2002).
Nesse contexto, o ensino superior em Turismo no Brasil tem passado por
reconfigurações, impulsionado por transformações nas políticas educacionais, avanços
tecnológicos e exigências do setor produtivo. A consolidação da Educação a Distância (EaD)
destaca-se nesse processo, redefinindo a formação profissional. Silveira, Medaglia e
Massukato-Nakatani (2020) observam que, apesar do aumento da oferta de cursos, a inserção
dos egressos em áreas como planejamento e pesquisa permanece limitada, concentrando-se em
setores como hospedagem e agenciamento, com impactos negativos sobre remuneração e
vínculos trabalhistas. Isso evidencia a necessidade urgente de revisão das diretrizes curriculares,
visando maior aderência ao mercado.
