Este artigo tem como ponto de partida a proliferação de programas educativos sobre a cannabis na Argentina contemporânea e questiona as condições de seu surgimento e possibilidade. A análise considera como fundamentais as contribuições feitas durante as últimas décadas por uma rede diversificada de atores sociais que inclui produtores, ativistas, usuários de cannabis terapêutica e suas famílias, profissionais da saúde e cientistas. Por meio de uma abordagem etnográfica, este trabalho oferece uma visão geral das iniciativas educacionais que se tornaram parte do repertório das organizações sociais cannábicas: oficinas de cultivo, seminários sobre cannabis medicinal e cursos universitários. O estudo das continuidades e mudanças entre esses espaços nos permite observar as transformações no conhecimento sobre a cannabis e na dinâmica da mobilização social.