Este trabalho fundamenta a tese de que o ambientalismo tem sido um dos instrumentos legÃtimos nos esforços contemporâneos de modernização de determinados espaços, atuando através de polÃticas voltadas à regulação do acesso, uso e manejo de recursos naturais. Destarte, a implantação de Unidades de Conservação (UC) seria uma opção mais ou menos consciente de muitos agentes públicos e da sociedade civil em avançar no processo de modernização pela via institucional, dado o fracasso da via econômica em meados dos anos 1980. A partir de uma análise de conteúdo do Sistema Nacional de Unidades de Conservação e de estudos de caso relativos à implantação de UCs, procura-se demonstrar porque estas polÃticas são instrumentos de modernização e como elas impactam principalmente as populações historicamente marginalizadas. Assim, busca-se oferecer uma nova interpretação destes dados, demonstrando que a constituição de unidades de conservação pode ser apreendida como esforços de modernização institucional de populações "tradicionais".