Este artigo trata de uma reflexão proveniente de nossa dissertação de mestrado, em que buscamos relacionar diferentes dispositivos de orla e práticas de cidade em duas cidades brasileiras: Salvador/BA e Vitória/ES. Neste contexto, intentamos colocar em discussão dispositivos de controle com o cotidiano de diferentes práticas tradicionais que têm relação entre o mar e a cidade, em especial, a pesca e os transportes marítimos. Por meio do estudo histórico e a partir de aproximações específicas em trabalho de campo, elaboramos constatações acerca da existência de artifícios no fazer cotidiano dessas cidades que sobrevivem das possibilidades dos improvisos, nos vestígios dos erros, no arriscar-se contínuo e diário, nas imprevisibilidades e incertezas; que, a partir de então, categorizamo-las enquanto práticas urbanas resistentes e minoritárias. Assim, o texto se divide em dois momentos: uma abordagem historiográfica das diferentes leis e decretos criados pelo Estado brasileiro para conduzir as práticas e como elas escapam em seus cotidianos à normatividade, criando outros modos de fazer cidade
