Parte-se de um contexto do tempo presente que concentra todas as forças produtivas e relações de produção sob a órbita da “mundialização do capital†(CHESNAIS, 1996) e, concomitantemente, um perÃodo em que a produção simbólica aproxima-se, cada vez mais, nos cÃrculos de produção e reprodução da mercadoria atendendo a definição de Fredric Jameson (2006) de “lógica cultural†do capitalismo ontemporâneo. Nesse contexto, o destaque do livro Mudar o mundo sem tomar o poder de John Holloway tem ocupado um lugar privilegiado, sendo debatido por muitos pensadores, no interior do marxismo contemporâneo. Nossa hipótese é que a exposição de Holloway seria um exemplo de uma teoria “eclética†alimentando o descompasso entre texto e contexto que, conseqüentemente, vem empobrecer os contextos dos debates teóricos discutidos pelo autor. Almeja-se ilustrar e confrontar algumas insuficiências teóricas e práticas do autor, demonstradas pelo alinhamento dos argumentos de Daniel Bensaïd e Michel Löwy, que vem, além de colocar a pertinência de muitos dos temas de Holloway (por exemplo, a categoria do fetichismo), demonstrar uma fratura (principalmente no âmbito polÃtico, histórico e prático) entre texto e contexto que percorre na obra aludida. Procurar-se-á atribuir à s caracterÃsticas que estruturam a ossatura teórica de Holloway e as possÃveis diferenças interpretativas pela ótica dos dois autores assinalados.