O artigo é uma análise preliminar de uma etapa da pesquisa "Entre as práticas psicológicas e as polÃticas públicas de assistência social", que objetiva compreender as expressões “vulnerabilidade social†e “risco socialâ€, que emergem em vários documentos da assistência social, bem como pensar como estes se articulam, a partir de observações assistemáticas no campo socioassistencial. A análise dos documentos mostra que, inicialmente, as expressões “vulnerabilidade†e “risco social†apareciam de forma indiscriminada para referir-se à s famÃlias pobres. Desde 2008, a expressão “vulnerabilidade socialâ€, embora apareça como um conceito complexo, continua a ser uma forma de caracterizar as famÃlias destinatárias da proteção social básica. Se a situação de vulnerabilidade social das famÃlias for agravada, estas passam a ser caracterizadas como famÃlias em situação de risco, destinatárias da proteção social especial. Já nas observações de campo, o conceito de vulnerabilidade social é estranho à s usuárias da proteção social básica, pois, em sua maioria, desconhecem o termo, tornando evidente que a expressão tem servido mais como uma caracterização e classificação das famÃlias que necessitam da assistência social, sem que estas realmente se percebam nessa situação.
This paper is a preliminary analysis of part of the research “Between the psychological practices and the social assistance policyâ€. It aims at understanding the terms “social vulnerability†and “social riskâ€, which have emerged from several social assistance documents, and thinking about how such documents have been articulated, considering asystematic observations performed in the socioassistential field. The analysis of the documents has shown that the terms “vulnerability†and “social risk†initially appeared indiscriminately to refer to poor families. Since 2008, the term “social vulnerabilityâ€, although it appears to be a complex concept, has been a way to characterize the families receiving basic social protection. If the families’ situation of social vulnerability becomes worse, they are characterized as families at risk, thus receiving special social protection. The field observations have evidenced that users of basic social protection are not familiar with the concept of social vulnerability, since the majority of them do not know such term. This may evidence that the term has been mostly used as both a characterization and a classification of the families in need of social assistance even if they actually do not see themselves in such situation.