O artigo versa sobre o mundo sensível como solo do pensamento e tomará como referência a filosofia de Merleau-Ponty. Vê-se, pois, que em nossa abordagem a estética de que nos ocuparemos não será aquela da tradição cunhada no séc. XVIII, comprometida com as noções de arte e de belo, mas uma estética interpretada, em seu sentido radical, como logos sensível. A estética, pois, será a vida em movimento e, como tal, elemento comum: existir é já ser disposto esteticamente no mundo da vida. Voltar-nos-emos, a partir de tal ancoragem, para o que daí decorre em relação à experiência do pensamento e sua relação com a verdade – experiência esta tomada no crivo da comunhão e da multiplicidade –, desembocando, por fim, na perspectiva de uma ética intrínseca à filosofia merleau-pontiana, sem, no entanto, aqui tematizá-la.