O presente trabalho visa refletir sobre a experiência da “imposição” às mulheres com sorologia positiva para HIV (Vírus da Imunodeficiência Humana), de não amamentarem seus filhos devido ao risco aumentado de transmissão do vírus, presente em grande quantidade no leite materno. Questiona-se o uso de medidas inibidoras da lactação: farmacológicas, que são onerosas, ou as medidas não hormonais (enfaixamento das mamas), que tem conotação punitiva, e constituem-se numa prática dolorosa, e seu reflexo no universo emocional das mulheres diante dessa realidade penosa e desgastante. Discute-se também o fato de que, embora no Brasil estejam disponíveis intervenções como: acompanhamento no pré-natal (consultas e exames), oferta de testagem para HIV com pré e pós-aconselhamento para toda a população, com ênfase para mulheres em idade fértil, o coeficiente de mulheres testadas no pré-natal é muito baixo, principalmente, nas populações mais vulneráveis. Como resultado, observa-se que a qualidade do pré-natal ainda está aquém do desejável. Deparamo-nos com uma equipe de saúde carente de qualificação quando se trata do acompanhamento emocional das gestantes/puérperas com sorologia positiva para o HIV. Embora o saber científico esteja avançado, não é desprovido de preconceitos e de julgamento de valores, nem da afetividade no acompanhado de uma situação tão delicada.
The present work aims to reflect on the experience of “imposition” to women with positive serology for HIV (Human Immunodeficiency Virus), to not breastfeed their infants because of the increased risk of the virus transmission present in large quantities of breast milk. It´s been questioned the use of measures that inhibit lactation and pharmacological measures, which has punitive connotations and are a painful practice, and its reflection in the emotional universe of women faced with this reality, painful and exhausting. It´s been also discussed the fact that, even in Brazil interventions are available, such as prenatal monitoring (visits and tests), HIV test with pre and post-counseling for the entire population, with emphasis on women in a fertile age, the coefficient of women tested during prenatal is very low, especially in vulnerable populations. As a result, it is observed that the quality of prenatal care is still below than the desired levels. We faced a health team who needs qualification on emotional monitoring of pregnant women/mother with positive serology for HIV. Although scientific knowledge is advanced, is not devoid of prejudices and value judgments, not accompanied by affection in monitoring a delicate situation.
El presente trabajo tiene como objetivo reflexionar sobre la experiencia de la "imposición" de las mujeres con serología positiva para VIH (Virus de Inmunodeficiencia Humana), no amamantar a sus hijos a causa del aumento del riesgo de transmisión del virus presente en grandes cantidades en la leche materna. Lo que cuestionamos es la utilización de medidas que inhiben la lactancia, como las medidas farmacológicas que son medidas costosas o las no hormonales (vendar los senos) que tienen connotaciones punitivas y se encuentran en una práctica dolorosa, y su reflejo en el universo emocional de las mujeres que viven esta realidad dolorosa y agotadora. También se discute el hecho de que mientras en Brasil son las intervenciones disponibles, tales como: el control prenatal (consultas y exámenes), la oferta de la prueba del VIH con pre y post consejería para toda la población, con énfasis en las mujeres en edad fértil, el coeficiente de mujeres evaluadas durante la atención prenatal es muy bajo, especialmente en poblaciones vulnerables. Como resultado, se observa que la calidad de la atención prenatal es todavía niveles por debajo del deseado. Nos enfrentamos a un equipo de salud débil de calificación cuando se trata del control emocional de las mujeres embarazadas y madres con serología positiva para VIH. Aunque el conocimiento científico esté avanzado, no está libre de prejuicios ni va acompañado de la calidez tan necesaria a una situación delicada como ésta.