O presente artigo pretende recolher elementos teológicos para uma relação entre a Teologia cristã, transumanismo e pós-humanismo. Enfoca especialmente os temas da natureza humana e da Ética Teológica, ante a importância que adquiriu o movimento trans- e pós-humanista no ambiente científico e tecnológico. A partir de uma descrição histórica dos conceitos identifica-se o transumanismo como momento da aplicação massiva dos recursos da ciência e da técnica para a melhoria e aumento (enhancement) das condições e das capacidades humanas. O pós-humanismo, por sua vez, representa o resultado, na forma de uma nova condição de ser, qualificada como pós-humano. Mostra-se, num segundo momento, com recurso a K. Rahner, como a natureza humana, em seu sentido antropológico, se revela capaz de transformações, desde que se mantenha sua qualidade essencial de autonomia, relacionalidade, liberdade e responsabilidade diante do Mistério Divino. No terceiro momento, mostram-se algumas exigências éticas para uma avaliação do trans- e pós-humanismo.
This article aims at gathering theological elements to build a relationship between Christian theology, transhumanism and posthumanism. It focuses mainly on issues of human nature and theological ethics to address both transhumanism and posthumanism, movements that have acquired importance in the areas of science and technology. First, a historical description of the concepts help identify transhumanism as the movement during which a massive allocation of scientific and technological resources was applied to improve and enhance human conditions and abilities. Posthumanism is the result of that first movement, a new condition of being qualified as posthuman. Then, based on K. Rahner, we will show how human nature, in its anthropological sense, is able to transform itself, as long as it keeps its essential quality of autonomy, relationality, freedom and responsibility before the Divine Mystery. Finally, the article points to some ethical requirements for an assessment of both trans-and posthumanism.